terça-feira, 29 de julho de 2014

Coerência

Coerência precisa-se!
António José Seguro, há dois dias atrás, em campanha eleitoral, revelou estar confiante na vitória nas primárias frente a Costa e nas legislativas, frente a Passos. O raciocínio parece evidente. Se derrotar Costa, apresentar-se-á frente a Passos. Se não derrotar Costa está feito ao bife e tem de procurar outro destino. Logo, o seu combate decisivo é com Costa e seus apaniguados. Para derrotar Costa terá de ter muita imaginação e sobretudo ser coerente. A coerência é talvez o valor mais importante que um político deve apresentar. 
Terá de dizer, em primeiro lugar, a Costa que é coerente, ao contrário dele que é incoerente. Coerente porque fiel ao partido, ao contrário de Costa que foi incoerente em relação ao historial do partido socialista - nenhum candidato a secretário-geral traiu até agora o seu secretário-geral em funções, e Costa fê-lo, como disse recentemente João Soares que, aqui, deu uma ensaboadela no pai, acusando-o de passar por cima de tudo e de todos, o que revela o estado de fraqueza geral que vem patenteando neste tempos que são os últimos.
Terá de dizer, em segundo lugar a Costa que não anda a reboque de ninguém, como o faz Costa que anda a reboque de Pacheco Pereira, Mário Soares, os 25 ex-fundadores do partido socialista, muitos deles peritos na arte de bem cavalgar a onda do oportunismo e das novas oportunidades, os sete ou oito ex-presidentes da juventude socialista, e tantos outros feitos com o passado recente do socratismo e que agora já estão de garras afiadas a deitar à presa, só porque os anima a sede devoradora do poder, a sede insaciável de tudo dominar e nada repartir, como os grandes açambarcadores de tachos e empregos vários no setor do Estado, nas fundações, nos institutos públicos, nos conselhos gerais e assembleias gerais dos bancos, das seguradoras, enfim, um rol infindo de oportunidades para acumular cargos e funções, a troco de uns subsídios mais ou menos certos nas suas contas bancárias, de umas avenças semanais em programas de televisão onde são comentadores, enfim, de dinheiro que, devendo ser repartido por jovens licenciados que aspiravam a entrar na vida activa, se veem relegados para segundo plano, engrossando o contigente de desempregados que enxameiam a sociedade portuguesa.
Outra ideia que Seguro terá de cavalgar a toda a sela é aquela que, ao contrário de Costa, não tem telhados de vidro e não está comprometido com situações dúbias, nem fez parte de governos do Ps recente, como o próprio Costa participou. Estamos a referir-nos à participação deste no governo de António Guterres, onde foi ministro de estado e da justiça e onde, logo que tomou posse o governo de Guterres fez 5 mil e tais nomeações, depois de ter apregoado  "no jobs for the boys".
Manuel Feliciano

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