sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Carlos Moedas

CARLOS MOEDAS
A escolha de Passos Coelho recaiu em Carlos Moedas, ao contrário do que muita gente pensava. A "candidata" do PS, há muito que andava a fazer-se ao piso, chegando mesmo a afirmar que Junker já a tinha elogiado e até premiado, com um "óscar" de bom comportamento em Bruxelas. 
Pensava-se também em Maria Luís Albuquerque, mas desta vez ficou por cá, por causa da gravidade do BES.
Até eu ando apreensivo com as consequências que daqui podem resultar, em virtude do empréstimo que contraí para a aquisição do meu apartamento, mas admito que, muito embora, a situação esteja "preta", haverá certamente uma saída equilibrada e sensata que porá o banco nos carris. Quem não pode ficar impune, no meio de tudo isto, são os responsáveis que agiram criminosamente em todo o processo, sendo necessário o apuramento da verdade e a consequente punição judicial, onde todos os implicados sejam castigados.
Espero que a Justiça portuguesa esteja à altura de semelhante caso porque, caso o não faça, então teremos forçosamente que mudar de Justiça e de juízes, de magistrados judiciais e de toda esta máquina que finge que funciona, mas que afinal não funciona nada.
Há que reflectir seriamente sobre o problema, com toda a honestidade, com toda a imparcialidade e agir, no fundo, agir com a certeza de que ninguém está acima da lei, sejam banqueiros, juízes, políticos, empresários, todos os cidadãos implicados em desonestidades, em atropelos à lei, em crimes contra a sociedade e contra a cidadania.
O problema de fundo da sociedade portuguesa, hoje, é fundamentalmente, uma questão de valores, de valores e princípios fundamentais que devem orientar e enformar (dar forma; poderíamos dizer em linguagem informática, formatar) as pessoas que constituem os cidadãos portugueses. 
Se esses valores fundamentais forem: a honestidade, a integridade, o sentido de justiça, a solidariedade, o ser para os outros, numa perspectiva mais humanista, mais evangélica, então, estaremos no bom caminho para construir uma sociedade aberta, nova, tolerante, que valoriza o trabalho e a participação de cada um no bem comum, numa sociedade moderna e altruísta, desenvolvida e capaz de enfrentar os desafios da sustentabilidade e do futuro.
Se, por outro lado, como praticamente tem acontecido até aqui, salvo raras excepções, os valores que estão no top são os do ter sucesso a qualquer custo, do desenvolvimento económico baseado na exploração das pessoas, o lucro fácil e desenfreado, o exibicionismo foleiro, ignóbil ou sofisticadamente requintado, como o que tem sido patenteado nestes últimos tempos, então, temos de mudar de caminho, mudar de rumo e lutar pela construção de alternativas que passem pela instauração de um novo modo de vida, assente numa vida mais simples, provavelmente mais austera, provavelmente com menos recursos tecnológicos (alguns deles são uma verdadeira tirania e uma ditadura implacável que aos poucos nos vão robotizando, domesticando e sujeitando aos seus desígnios perversos), mas certamente mais fraterna e feliz.
;Manuel Feliciano





















Sem comentários:

Enviar um comentário