terça-feira, 27 de outubro de 2015

Ó Costa, o que queres tu?

Quando olho para a TV e dou de caras com o Costa, o que me apetece fazer imediatamente é mudar de canal, mas com ele está em todos, ao mesmo tempo, não tenho alternativa senão aturá-lo na sua omnisciência demagógica de sofista incorrigível.
Agarrado à lógica da cavalgada da sua onda política, empreendendo uma aparatosa e trapalhona fuga para a frente, tentando ardilosamente sobreviver a qualquer preço, encomenda a sua alma ao diabo (que neste caso é um dueto, disfarçado, de uma ingénua donzela, acolitada por um avôzinho decrépito) e atira borda fora tudo aquilo em que acreditou politicamente. Não lhe chegou o que tinha feito a Seguro uns meses antes. De vencido "por poucochinho" arvorou-se em fiel da balança, como se tivesse  descoberto a pólvora, ajudando a criar uma nova maioria de esquerda, à revelia do seu eleitorado natural e contra a tradição do partido que agora dirige.
Não bastou que fizesse o que fez a Seguro para agora se autoproclamar o gurú iluminado da nova esquerda estalino-trotskista, parasitária e sindicalista que mais não sabe fazer do que mamar (e mamar bem) na teta da república, que, no fundo significa "sugar-nos até ao tutano - depois se verá!"  
O novo gurú, saído do largo do Rato, vai ser o salvador de Portugal, não tenham dúvidas nenhumas! Ele será o curador de todas as crianças pobrezinhas deste país, o empregador de todos os desempregados vilipendiados, o defensor de todos os velhinhos abandonados pelas políticas do governo da direita cessante. Armado em D. Sebastião de uma trupe cinzenta e esquerdizante, cínica e fraturante, que não sabe de onde vem, mas sabe muito bem para onde vai, talvez venha a ter a sorte do dito cujo que se estampou em Alcácer Quibir, equivocado por quimeras, sabe-se lá orquestradas onde. E tem esta gente a lata de dizer que é gente séria!
Joaquim Moita  

terça-feira, 24 de março de 2015

O ano da morte de António Alves

O ano da morte de António Alves. 2009. Em Portugal governa o partido socialista liderado por José Sócrates. Cavaco Silva ocupa a cadeira de Belém. Jaime Gama é o presidente da Assembleia da República.
No governo pontificam nomes como Mário Lino, Paulo Campos, Isabel Alçada, Teixeira dos Santos, Silva Pereira, Rui Pereira, Santos Silva etc...
Pinto Monteiro é o Procurador-Geral da República e Noronha de Nascimento é o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça. Marinho e Pinto é o Bastonário da Ordem dos advogados.
O núcleo duro do primeiro-ministro estende os seus braços a tudo o que mexe. Na Banca há Armando Vara. Nas grandes empresas onde o Estado tem uma posição privilegiada, como a PT a EDP, a REN, há gestores indigitados por Sócrates que fazem o que ele manda, como Rui Pedro Soares. Outros não se lhe opõem como Zeinal Bava, Granadeiro, Mexia, Penedos (pai), etc.
Na comunicação social há uma estratégia clara e sem precedentes: dominar os jornais, a imprensa e a tv.
Os escândalos avolumam-se: o certificado de conclusão do curso do primeiro-ministro na Independente, o caso Freeport, o Face Oculta, as escutas telefónicas e o espião, um sem número de casos e coincidências que fazem suspeitar qualquer mortal. 
Em 2009 acontecem coisas surpreendentes ou talvez não.
António Alves está no Eurojust, em Haia. Trinta anos antes, iniciara o seu percurso académico.Terminado o liceu, ingressa na Universidade, onde conclui a licenciatura em direito. A partir daí ingressa na magistratura do ministério público desempenhando cargos cada vez mais relevantes na esfera da magistratura judicial, surgindo, aqui e além, pontos de contacto com uma outra personagem também marcante que foi Lopes da Mota, colega que faz um percurso paralelo ao dele. O mais curioso de tudo isto é que os dois fazem um percurso comum tendo como ponto de contacto, precisamente um secretário de estado, por sinal do Ambiente, chamado José Sócrates, que começa a ter um peso cada vez maior no Partido socialista e, que, vencendo as eleições para secretário-geral, perfilava-se como possível candidato a primeiro-ministro, o que veio a acontecer, quando Jorge Sampaio, Presidente da República, o indigita para primeiro-ministro, após a destituição de Santana Lopes e do seu governo que dispunha na altura de uma maioria parlamentar estável, apesar da ausência de Barroso para Bruxelas.
Mas quem foi verdadeiramente António Alves? E o que fazia ali em Haia, precisamente no Eurojust?
A incógnita persiste após pesquisa demorada. Há pontos nebulosos, não apenas na sua vida pessoal, familiar, mas também no que concerne à sua vida social, institucional, enquanto representante do ministério público. São mistérios a mais para um magistrado público que merecem ser escalpelizados demorada e pacientemente. Este é o trabalho que temos entre mãos. Esta é a missão que queremos realizar, a bem da verdade nua e crua, pelo amor que nos merece a verdade e a justiça, a dignidade e a honra, a elevação de espírito e a ética republicana.
Retrocedamos até 2002. Guterres enfrenta dificuldades. O país e o governo por ele comandado, mas pouco, andam a marcar passo. A doença de sua esposa fá-lo afastar-se progressivamente dos centros de decisão, delegando (e mal) em Jorge Coelho a missão de acompanhar mais de perto toda a situação governativa, ao que este se aproveita da situação e praticamente faz tudo o que quer a seu belo prazer.
Aproveitando este estado de fraqueza e de "deixa andar", Sócrates, secretário de estado do Ambiente, começa a lançar os seus tentáculos a tudo o que cobiça de uma forma inesurável. Nomeia para Magistrado da procuradoria geral da república de região de Montijo, onde se vai construir o Outlet Freeport, António Alves. Com que intenção?
Entretanto, Charles Smith, emissário de um empresário inglês, vem a Portugal tratar de entregar as luvas desse contrato a uma figura 
graúda do governo que se mantém em funções. 
(Continua brevemente)
Manuel Feliciano
 

seis meses depois.

Seis meses depois, eis-me aqui de novo.
Não andei emigrado em parte incerta, não andei fugido de ninguém, não cometi nenhuma irregularidade financeira.
Simplesmente, não me apeteceu escrever.
A prisão de José Sócrates, há três meses atrás, deixou-me imensamente satisfeito e confiante na justiça portuguesa.
Hoje volto porque sua excelência vai depor.
É um prazer absoluto ver um ditadorzinho cair do pedestal.
É uma imensa satisfação assistir à queda de um anjo. 
É uma imensa alegria saber que o grande e indefectível líder continuará por mais três meses a vegetar em segurança máxima, a receber visitas de amigos, alguns deles cúmplices, a encontrar-se com o seu verborreico advogado, ainda por cima malcriado e perdedor.
Manuel Feliciano


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O grande desafio

O GRANDE DESAFIO.
Li, ontem, que Shimon Peres, de visita ao Papa Francisco em Roma lhe terá feito o pedido que aceitasse ser o Presidente ou líder de uma espécie de Nações Unidas das Religiões.
A grande popularidade que o Papa Francisco, de facto, tem, aliada à mensagem de simplicidade evangélica, profundamente humana que transmite, fazem dele uma pessoa singular, respeitada e querida.
Isto é bom para todos aqueles que acreditam num mundo melhor.
Independentemente da religião que cada um professa ou mesmo da não religião que cada um postula, parece haver aqui, à volta deste homem bom, desta presença sadia, um desejo das pessoas se encontrarem consigo próprias, com os outros e, eventualmente, com O Indizível.
Face à barbárie e às atrocidades que se vão cometendo nestes últimos tempos (que não são assim tão diferentes daquelas que cometemos há séculos atrás, durante a reconquista e as cruzadas), por tantos cheios de ódio e de fanatismo, é bom ouvir o desafio lançado por Shimon Peres para que alguém com a credibilidade do Papa Francisco possa, em união com os líderes das religiões que aceitam o monoteísmo, levar os homens e mulheres do nosso tempo a encontrarem soluções pacíficas e de não violência para os conflitos existentes, hoje.
Que vai propor Francisco? Certamente uma coisa de que não gostamos muito de ouvir: conversão! Conversão sincera, mudança de vida, arrependimento, reparação, são palavras que caíram em desuso, deixaram de fazer parte do nosso vocabulário, do vocabulário do politicamente correto. São palavras que cheiram a mofo, antiquadamente foleiras, para beatas solteironas e frustradas.
E no entanto são palavras essenciais, se quisermos, homens e mulheres, jovens e crianças, se todos quisermos mudar alguma coisa neste mundo decadente, mas mesmo assim, ainda, planeta habitado por gente que pensa e que quer ser melhor.
Leonardo Santos

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Uma nova visão das coisas

UMA NOVA VISÃO DAS COISAS
A crise do BES veio revelar uma situação pouco abonatória para os bancos. Estivemos durante tanto tempo dominados e sujeitos a indivíduos da pior espécie humana. As "experiências" do BPN e do BPP já anteviam de certa forma este desastre. Ninguém imaginava que fosse tão grande, tão profunda, tão miserável a actuação destas figuras sinistras e escabrosas que constituiam os administradores do grupo GES. O homem da Galileia tinha razão quando disse peremptoriamente: "Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro!".
Ricardo Salgado tinha toda uma história de idoneidade, de respeitabilidade, de honestidade acima de qualquer suspeita. E o que o levou a enveredear por uma rota completamente ao invés daquela que tinha herdado da sua família? A ambição e as ligações ao Poder? Certamente que sim! Mas outros factores devem ter pesado também. 
Depois do 25 de Abril, os banqueiros passaram um mau bocado e alguns deles tiveram de "emigrar", esperando novas oportunidades de negócio e novos ventos de mudança. A partir dos anos oitenta regressaram  e foram-se instalando paulatinamente na sociedade portuguesa, à custa de muito trabalho e empreendedorismo. Todavia, quando começaram a aparecer os governos do bloco central e o poder ficou limitado à área do "Centrão", começaram as ambiguidades e cada vez foi maior a influência da classe política nos bancos e nas administrações dos bancos. Começaram a aparecer os "chico-espertos da política" que foram indigitados, pelos seus amigos, do PS, PSD e CDS, para os Conselhos de Administração dos Bancos, minando-os e introduzindo ali sementes de podridão que começaram a produzir os seus frutos. Conhecem a parábola do trigo e do joio? O homem da Galileia conta-a de uma forma admirável. Quem tem olhos para ver que veja!
Lembram-se das famosas nomeações de Carlos Ferreira, Armando Vara, Celeste Cardona e de tantos outros e outras que a pouco e pouco começaram a ser uma banalidade no dia a dia do meio empresarial e de negócios, acrescendo a tudo isto a cada vez maior promiscuidade entre os bancos e o dinheiro sujo vindo de paraísos, como  por exemplo Angola. Não é por acaso que Daniel Proença de Carvalho é o homem-forte de José Eduardo dos Santos, como o comprova a sua nomeação para "chairman" da Controlinveste, cujo maior acionista é António Mosquito, um dos maiores do regime de Angola. Tudo está ligado e estas ligações são claras como a água da ribeira que ainda não foi conspurcada pelo banho de tantos oportunistas da nossa praça que sob a capa da democracia nos vão miseravelmente enganando e roubando. Haverá algum dia justiça para eles?
Manuel Feliciano


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Banco bom v. Banco mau

BANCO BOM VERSUS BANCO MAU
O espetáculo continua. Agora temos o banco bom e o banco mau, o amado e o odiado, o puro e o impuro, o bonzão e o perverso, como se, a partir de agora tudo estivesse resolvido, como se a partir de agora começasse uma nova vida, como se nós, povo português, a partir de agora confiássemos no sistema bancário, nos seus gestores, nos seus administradores. As últimas "experiências" comprovam que, salvo raras excepções, os chamados banqueiros ou administradores bancários são pessoas venais, obtusas, sinistras e que passeiam toda a sua intocabilidade pelos corredores do poder, sem que nada lhes aconteça, porque em Portugal a Justiça que temos, desde a mais pequena à mais sonante, é uma Justiça de treta, de conveniência, de rapapé e de beija-mão perfeitamente intolerável e inadmissível no mundo comtemprâneio. Só de me lembrar de Noronha de Nascimento ou de Pinto Monteiro é suficiente para fazer saltar de cá de dentro um vómito de desprezo pela obstrução que fizeram, deliberadamente, à Justiça portuguesa, 
não permitindo que ela avançasse como deveria. Pelo contrário, meteram-na na gaveta, e o que é pior, ordenaram o seu arquivamento e até a destruição de provas (estamos a referir-nos concretamente ao caso das escutas que os dois magistrados referidos anteriormente tentaram abafar, não permitindo a sua audição como prova em tribunal.
Estou com curiosidade em saber o que vai acontecer a Ricardo Salgado, ao seu braço-direito no Bes, a todos aqueles que prevaricaram, que cometeram crimes contra o Estado, as pessoas, as instituições, enfim contra pessoas inocentes que confiaram nos banqueiros, nos políticos, em figuras, aparentemente, acima de qualquer suspeita.
Quero ver o que é que vai acontecer a figuras políticas como Sócrates, grande amigo de Ricardo Salgado, a Marcelo Rebelo de Sousa, outro grande amigo pessoal do pseudo banqueiro, e aqui pseudo não é uma mistificação, é mesmo falso, falsário, chico-esperto, ladrão ou outro adjectivo semelhante.
Quero ver o que é que vai acontecer a Dias Loureiro, a Duarte Lima e a toda essa corja de abutres indomáveis que se abotoaram, subrepticiamente, com dinheiro que não era deles, que lhes não pertencia.
Quero ver o que é que vai acontecer a figuras (todas elas sinistras) como Proença de Carvalho, Júdice, Vitorino e Gonçalves pereira, sócios-donos dos três-quatro grandes escritórios de advogados deste país que defendem - certamente pagos a peso de ouro - os maiores criminosos de colarinho branco de que em Portugal há memória. Estes senhores, também não deveriam ser postos no seu lugar?
Manuel Feliciano










sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Carlos Moedas

CARLOS MOEDAS
A escolha de Passos Coelho recaiu em Carlos Moedas, ao contrário do que muita gente pensava. A "candidata" do PS, há muito que andava a fazer-se ao piso, chegando mesmo a afirmar que Junker já a tinha elogiado e até premiado, com um "óscar" de bom comportamento em Bruxelas. 
Pensava-se também em Maria Luís Albuquerque, mas desta vez ficou por cá, por causa da gravidade do BES.
Até eu ando apreensivo com as consequências que daqui podem resultar, em virtude do empréstimo que contraí para a aquisição do meu apartamento, mas admito que, muito embora, a situação esteja "preta", haverá certamente uma saída equilibrada e sensata que porá o banco nos carris. Quem não pode ficar impune, no meio de tudo isto, são os responsáveis que agiram criminosamente em todo o processo, sendo necessário o apuramento da verdade e a consequente punição judicial, onde todos os implicados sejam castigados.
Espero que a Justiça portuguesa esteja à altura de semelhante caso porque, caso o não faça, então teremos forçosamente que mudar de Justiça e de juízes, de magistrados judiciais e de toda esta máquina que finge que funciona, mas que afinal não funciona nada.
Há que reflectir seriamente sobre o problema, com toda a honestidade, com toda a imparcialidade e agir, no fundo, agir com a certeza de que ninguém está acima da lei, sejam banqueiros, juízes, políticos, empresários, todos os cidadãos implicados em desonestidades, em atropelos à lei, em crimes contra a sociedade e contra a cidadania.
O problema de fundo da sociedade portuguesa, hoje, é fundamentalmente, uma questão de valores, de valores e princípios fundamentais que devem orientar e enformar (dar forma; poderíamos dizer em linguagem informática, formatar) as pessoas que constituem os cidadãos portugueses. 
Se esses valores fundamentais forem: a honestidade, a integridade, o sentido de justiça, a solidariedade, o ser para os outros, numa perspectiva mais humanista, mais evangélica, então, estaremos no bom caminho para construir uma sociedade aberta, nova, tolerante, que valoriza o trabalho e a participação de cada um no bem comum, numa sociedade moderna e altruísta, desenvolvida e capaz de enfrentar os desafios da sustentabilidade e do futuro.
Se, por outro lado, como praticamente tem acontecido até aqui, salvo raras excepções, os valores que estão no top são os do ter sucesso a qualquer custo, do desenvolvimento económico baseado na exploração das pessoas, o lucro fácil e desenfreado, o exibicionismo foleiro, ignóbil ou sofisticadamente requintado, como o que tem sido patenteado nestes últimos tempos, então, temos de mudar de caminho, mudar de rumo e lutar pela construção de alternativas que passem pela instauração de um novo modo de vida, assente numa vida mais simples, provavelmente mais austera, provavelmente com menos recursos tecnológicos (alguns deles são uma verdadeira tirania e uma ditadura implacável que aos poucos nos vão robotizando, domesticando e sujeitando aos seus desígnios perversos), mas certamente mais fraterna e feliz.
;Manuel Feliciano