segunda-feira, 23 de junho de 2014

O tiro pela culatra

O TIRO PELA CULATRA
O dia de ontem, para além da desgraça de termos, praticamente, ficado eliminados com o resultado de 2-2 frente aos Estados Unidos, foi assinalado por um pormenor interessante, lá para os lados de Ermesinde. O aureolado de Lisboa, possuidor de uma inteligência superior, no dizer do magnânimo doutor Soares, rodeado da sua camarilha pseudo-socialista, quase toda ela oriunda do chico-espertista círculo de Sócrates, tenebroso e sinistro (veja-se o reaparecimento dos Lellos, Césares e Vitalinos, tendo o 2º falado de "apodrecimento da direção do partido"), deslocara-se da capital à Província - desta vez sem gravata e sem fato a condizer, porque não ia fazer nenhuma comunicação pública, nenhum comício para os seus apaniguados, nem para a comunicação social, ávida e excitada com estes sensacionalismos rasteiros - mas, como dizia, o doutor Costa, sempre muito bem acompanhado, julgava, pensava, cogitava nas circunvalações superiores do seu cérebro, que era só chegar ali, diga-se, ao Conselho Nacional do PS, e, como por mágica, tomava o poder, "assaltava o poder", na expressão de João Soares (que há dias, num gesto de muita coragem, chamou imbecil ao pai, não por estas palavras, mas o que ele queria dizer era exatamente isso, puxando de um eufemismo afirmara que o texto do pai era "um texto disparatado" - a propósito do punho erguido e que havia socialistas que tinham vergonha de dizer que eram socialistas e de se chamarem camaradas, numa alusão a Seguro e o seu núcleo duro). 
Pois, o resultado do Conselho Nacional, foi um golpe terrível para quem quer ser líder, sem passar pelo crivo do escrutínio livre e democrático. Armado em campeão, em fanfarrão popular, apoiado pela clique gastadora que levou o país à ruína, pela mesma clique que saliva poder e "novas oportunidades", António Costa entrou entusiasmadíssimo e quase eufórico, mas saiu com o rabo entre as pernas e vai ter que sujeitar-se ao veredicto. Mesmo com toda a comunicação social a movimentar-se no sentido de o apoiar (veja-se a vaga de despedimentos no DN, sinal de que o Joaquim da Controlinveste anda a preparar alguma coisa nos bastidores), o doutor Costa não tem uma tarefa fácil, porque os que lá estão, legitimamente, também não estão dispostos a deixar cair o poder na rua, entregando-o a um suposto candidato fora de tempo (no dizer de Eurico Dias) e ainda por cima traidor, digo eu.
Manuel Feliciano

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