quarta-feira, 25 de junho de 2014

A estratégia manhosa

A ESTRATÉGIA MANHOSA.
Toda a gente sabe, menos os ingénuos, que a guerra no partido socialista, a contagem de espingardas - como os comentadores gostam de explorar - não ficou definitivamente arrumada, bem pelo contrário. A minagem empreendida pelos homens de Costa, muito mais influente nos meios de comunicação social - veja-se a catrefa de comentadores oriundos do círculo de Sócrates, por exemplo na TV24, - destina-se precisamente a fazer cair o líder atual, mesmo que seja, como dizia Carlos César, através do "apodrecimento" interno da direção de Seguro, uma espécie de implosão suicida que catapultaria António Costa para o poder.
O tom delicodoce de Costa contrasta com um tom mais agressivo de Seguro. Este, em entrevista à RR, ontem, afirmou que se fosse primeiro ministro no tempo de Sócrates não assinaria o memorandum com a troika, nas condições de então, enquanto Costa, também numa entrevista ontem, já não sei a que rádio ou tv, opinara que o partido socialista deveria ter reconhecido os seus erros do passado (referia-se ao consulado de Sócrates?), num claro piscar de olhos ao eleitorado mais ao centro, como que dizendo: descansem que eu não sou assim tão à esquerda e que podem contar comigo mesmo os que são mais conservadores. 
Esta estratégia, a que eu chamei de delicodoce, tem um objetivo e uma finalidade: a destruição, em banho-maria, do seu adversário interno.
Santos Silva, ex-ministro de Sócrates, num ataque cerrado ao atual secretário-geral do seu partido, disse ontem,  na TV24, que "António José Seguro não sabe o que é ser primeiro-ministro nem está preparado para o ser", numa clara oposição a este, preferindo, evidentemente António Costa. Este ex-ministro, cujo gozo maior, aqui há uns tempos atrás, era "malhar na direita!", pelos visto descobriu um outro não menos importante que é "malhar" no seu próprio secretário-geral, apelidando-o de impreparado, logo, incompetente.
E a procissão ainda vai no adro. Daqui para diante aparecerão novos militantes "notáveis", a malhar no pobre do Seguro, sem dó nem piedade. Vereis se estou certo ou estou errado!
Manuel Feliciano










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