sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O espectro de Sócrates

Quando a 30 de junho último, neste mesmo blogue, eu disse que José Sócrates, o homem mais pernicioso para Portugal nos últimos 50 anos, se ia eclipsar, após estrondosa derrota, numa qualquer loja maçónica de Paris, não estava a pretender fazer futurologia. Estava simplesmente a intuir e  a partilhar aquele "feeling" que temos, quando somos confrontados com a situação catastrófica do país, deste país, refém de uma elite pseudo-democrática, esbanjadora de recursos e de bens comuns, gastadora do que temos e do que não temos, sugadora e parasita do estado e do povo português.
Embora longe do país, o espectro de Sócrates continua a pairar e a mover, subrepticiamente, a sua influência, quanto mais não seja para minar a credibilidade do atual secretário geral do Partido Socialista, que, diga-se de passagem, exceptuando aquela primeira fase em que tentou dar graxa à comunicação social e aos jornalistas, aquando do Congresso (já não me lembro onde...), se tem revelado duma confrangedora pobreza de ideias e duma completa ausência de espírito crítico e de criatividade inovadora. Isto prova-se, na dificuldade que tem em debater qualquer assunto sério e urgente, ao mesmo tempo que manifesta uma cada vez mais nítida incapacidade de se expressar, de articular um discurso coerente e sólido, refugiando-se, demagogicamente,  nos lugares comuns da "solidariedade" e do "primeiro estão as pessoas".
Como se isto não bastasse, os homens de Sócrates movimentam-se, nas estruturas do Parlamento, em comissões e subcomissões parlamentares dos vários departamentos, como peixes na água, tomando as rédeas do poder socialista em tudo quanto é sítio, e é vê-los ali, em todo o seu esplendor, novamente, os Lellos, os Vitalinos, os Zorrinhos (não percebo como é que Seguro o aceitou como líder da bancada, ou antes, percebo perfeitamente como é que foi imposto a Seguro por Sócrates e seus seguidores), os Basílios - figura sinistra da velha direita recalcitrante, mas agora promovido a guru da esquerda neoliberal - os Silvas Pereiras - figura melíflua e camuflada de arranjos supostamente credíveis e inovadores mas que se revelaram duma leviandade gastadora e venal (estão-se a lembrar das célebres parcerias público-privadas?) - e, pasme-se, agora, a nova "passionária" do Partido Socialista, substituindo a já lendária Ana Gomes, isso mesmo, a filha mais nova de Adriano Moreira, Isabel Moreira (educada em colégio da Opus Dei) escolhida a dedo por Sócrates, para cabeça de cartaz das grandes causas fracturantes, tão ao gosto do ex-secretário geral(o que ele não deve ter vociferado em Paris! - dizem que até se ouviu no Largo do Rato - com o afastamento de Diogo Infante do cargo de diretor artístico do D. Maria II...).
Manuel Feliciano

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