quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A "máfia" alemã"

Desenganem-se os que pensam que me vou atirar à senhora Merkl ou ao eixo franco-alemão. Não, não vou por aí.
Hoje, contrariando tudo o tenho dito, vou propôr-vos que acompanhem o meu raciocínio num tema que nunca abordei aqui, mas que já tenho estudado, de alguns anos a esta parte: isso mesmo, futebol.
Realizado o sorteio para o Euro 2012, coube-nos em sorte as mais temíveis equipas europeias: Alemanha, Holanda e Dinamarca, todas já campeãs europeias e com um estatuto assinalável.
Muitos já vaticinaram a nossa eliminação - uma grande parte dos mesmos que também já tinham previsto o nosso enterro no jogo contra a Bósnia Herzegovina. Todavia, Portugal seguiu em frente, para gáudio de muitos e tristeza dos mesmos.
Não sei se por discordarem das opções de Paulo Bento - afinal os intocáveis Bozingwa e Ricardo Carvalho não são assim tão imprescindíveis a começar pelos seus clubes, onde nem titulares são (veja-se que RC não tem lugar no Real Madrid de Mourinho que por sua vez não está disposto a aturar as birras psicóticas e infantilizadas do 4º defesa; quanto a Bosingwa acontece-lhe o mesmo no Chelsea, onde não consegue superar Ivanovic que é um defesa direito muito mais completo que ele; melhor a defender e a atacar as bolas altas nos cantos e livres onde se revela um dos mais fortes do Chelsea, a par de Drogba e Terry)- se por algum complexo de inferioridade em enfrentar os grandes desafios da vida e da história, o que é certo é que a grande maioria, dos que gostam do futebol indígena, ainda não se apercebeu de uma coisa importante que persiste em ser esclarecida de vez: a questão do monopólio que, nos últimos anos,  a Alemanha tem em relação à bola utilizada nos Mundiais e Europeus. A Alemanha, através da Adidas, tem conseguido subornar os dirigentes da FIFA e da UEFA de modo a obter o monopólio no fabrico das bolas que vêm sendo utilizadas dos mundiais e europeus, desde o Mundial realizado na Coreia-Japão até aos dias de hoje.
E o que fez então a Alemanha?
Através da Adidas - já se vê -  tem testado, experimentado, fabricado e produzido bolas de futebol que vão ao encontro do seu tipo de futebol, assente em jogadores com pouca capacidade técnica, mas mais velozes e lutadores, aquilo a que eu costumo designar por jogadores-corredores. E é aqui que está a diferença.
É claro que esta diferença não explica tudo. Mas é uma diferença-detalhe que é absolutamente importante num jogo de futebol.
Hoje, e cada vez mais,  um jogo pode decidir-se nos mais ínfimos detalhes: um canto treinado  laboratorialmente, um livre à entrada da área ou em zonas laterais, aperfeiçoado até à exaustão, as transições defesa-ataque executadas maquinalmente, a simulação de penalties  e de agressões, treinadas e estudadas até à perfeição, a marcação maximizada de grandes penalidades etc.
Tudo hoje é estudado, treinado, repetido, enfim, maximizado, mas de tudo isto, nada é tão relevante como a bola a utilizar num jogo de futebol.
O argumento de que a bola é igual para todos é um argumento velho e caduco que não tem fundamento no atual futebol moderno. É por isso que, valendo-se da sua grande inovação tecnológica, a Alemanha dá cartas no sentido de obter os resultados que, de outro modo, não conseguiria, "criando" bolas à sua imagem e semelhança, isto é de acordo e em consonância com as características morfo-atléticas dos seus jogadores.
Exceptuando, talvez, Ozil digam-me quais são os jogadores alemães que possuem um poder técnico elevado e superior aos jogadores das outra equipas que vão atuar no próximo europeu? O mesmo se diga dos outros campeonatos mundiais e europeus anteriores.
Voltaremos ao assunto.
Joaquim Moita

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