sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Algo de novo...

Portugal caminha, pesada e dolorosamente, para o 24 de novembro. Paralizações e greves parciais vão enervando os utentes dos transportes públicos e prejudicando seriamente a vida às pessoas.
Líderes sindicais agitam as massas, arrebanham adeptos, galvanizados pelo sucesso de experiências recentes.
O Grande Dia está quase aí. Afinam-se instrumentos, ultimam-se estratégias, agita-se a plebe, prepara-se a festa. Já soam slogans em surdina, frases ritmadas de revolta e desilusão. Os grandes líderes, "educadores da classe operária", "gurus" desta nova ideia, preparam discursos eloquentes e exaltados, e, enquanto esperam ansiosamnente a hora da grande libertação, convidados pelos canais televisivos e rádios do sistema, a dar opinião sobre a crise, lá metem ao bolso mais umas "avençazitas" desprezíveis, coisa de pouca monta, que o Estado distribui largamente pelos comentadores do regime. Aqui entram os Carvalhos da Silva, os Proenças, as Avoilas e os Picanços do sindicalismo vigente que ao longo de muitos anos engordaram princepescamente à custa do povo.
Que sentido tem fazer uma greve geral onde desfilam, de braço dado:
militares (com regalias extraordinárias) e funcionários públicos; motoristas do metro (com média de 30 mil euros anuais) e funcionários camarários (a receber pouco mais que o vencimento mínimo); pilotos da Tap (com ordenados altíssimos e benesses inacreditáveis) e profissionais a recibos verdes; maçons refinados e políticos pseudo-revolucionários, sem vergonha na cara, que se alimentaram da grande república, criando leis que os têm beneficiado em detrimento do povo que tanto dizem defender, mas que desprezam silenciosamente.
Há muita gente neste país que tem razões sérias para fazer greve e protestar:
reformados com reformas de miséria, trabalhadores com ordenados insignificantes e injustos, trabalhadores do público e do privado que são explorados por patrões egoístas e chico-espertos, e muitos, muitos outros a quem foi retirado o emprego por manobras subreptícias e iníquas de empresários sem ética e sem escrúpulos. A todos estes, a minha solidariedade e apoio. Aos outros, o meu repúdio e desprezo democráticos.
Manuel Feliciano.

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