terça-feira, 24 de março de 2015

O ano da morte de António Alves

O ano da morte de António Alves. 2009. Em Portugal governa o partido socialista liderado por José Sócrates. Cavaco Silva ocupa a cadeira de Belém. Jaime Gama é o presidente da Assembleia da República.
No governo pontificam nomes como Mário Lino, Paulo Campos, Isabel Alçada, Teixeira dos Santos, Silva Pereira, Rui Pereira, Santos Silva etc...
Pinto Monteiro é o Procurador-Geral da República e Noronha de Nascimento é o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça. Marinho e Pinto é o Bastonário da Ordem dos advogados.
O núcleo duro do primeiro-ministro estende os seus braços a tudo o que mexe. Na Banca há Armando Vara. Nas grandes empresas onde o Estado tem uma posição privilegiada, como a PT a EDP, a REN, há gestores indigitados por Sócrates que fazem o que ele manda, como Rui Pedro Soares. Outros não se lhe opõem como Zeinal Bava, Granadeiro, Mexia, Penedos (pai), etc.
Na comunicação social há uma estratégia clara e sem precedentes: dominar os jornais, a imprensa e a tv.
Os escândalos avolumam-se: o certificado de conclusão do curso do primeiro-ministro na Independente, o caso Freeport, o Face Oculta, as escutas telefónicas e o espião, um sem número de casos e coincidências que fazem suspeitar qualquer mortal. 
Em 2009 acontecem coisas surpreendentes ou talvez não.
António Alves está no Eurojust, em Haia. Trinta anos antes, iniciara o seu percurso académico.Terminado o liceu, ingressa na Universidade, onde conclui a licenciatura em direito. A partir daí ingressa na magistratura do ministério público desempenhando cargos cada vez mais relevantes na esfera da magistratura judicial, surgindo, aqui e além, pontos de contacto com uma outra personagem também marcante que foi Lopes da Mota, colega que faz um percurso paralelo ao dele. O mais curioso de tudo isto é que os dois fazem um percurso comum tendo como ponto de contacto, precisamente um secretário de estado, por sinal do Ambiente, chamado José Sócrates, que começa a ter um peso cada vez maior no Partido socialista e, que, vencendo as eleições para secretário-geral, perfilava-se como possível candidato a primeiro-ministro, o que veio a acontecer, quando Jorge Sampaio, Presidente da República, o indigita para primeiro-ministro, após a destituição de Santana Lopes e do seu governo que dispunha na altura de uma maioria parlamentar estável, apesar da ausência de Barroso para Bruxelas.
Mas quem foi verdadeiramente António Alves? E o que fazia ali em Haia, precisamente no Eurojust?
A incógnita persiste após pesquisa demorada. Há pontos nebulosos, não apenas na sua vida pessoal, familiar, mas também no que concerne à sua vida social, institucional, enquanto representante do ministério público. São mistérios a mais para um magistrado público que merecem ser escalpelizados demorada e pacientemente. Este é o trabalho que temos entre mãos. Esta é a missão que queremos realizar, a bem da verdade nua e crua, pelo amor que nos merece a verdade e a justiça, a dignidade e a honra, a elevação de espírito e a ética republicana.
Retrocedamos até 2002. Guterres enfrenta dificuldades. O país e o governo por ele comandado, mas pouco, andam a marcar passo. A doença de sua esposa fá-lo afastar-se progressivamente dos centros de decisão, delegando (e mal) em Jorge Coelho a missão de acompanhar mais de perto toda a situação governativa, ao que este se aproveita da situação e praticamente faz tudo o que quer a seu belo prazer.
Aproveitando este estado de fraqueza e de "deixa andar", Sócrates, secretário de estado do Ambiente, começa a lançar os seus tentáculos a tudo o que cobiça de uma forma inesurável. Nomeia para Magistrado da procuradoria geral da república de região de Montijo, onde se vai construir o Outlet Freeport, António Alves. Com que intenção?
Entretanto, Charles Smith, emissário de um empresário inglês, vem a Portugal tratar de entregar as luvas desse contrato a uma figura 
graúda do governo que se mantém em funções. 
(Continua brevemente)
Manuel Feliciano
 

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